
(Tudo foi fastidiosamente igual,
Sentido através de teu coração de cal…)
Os tectos que vejo antes e durante
À consciência frontal desta ferida,
Foram enfadonhos e idênticos. Estanque
Fiquei perante a minha inércia concedida
Ao ar que respiro absorto.
…faz apenas com que sinta recusa.
Olho estático ao redor desse aborto,
Porque não sei se é difusa
A existência
Ou se será apenas confusa.
Absurdamente escolhida.
Quente e doce. Gemida.
E finalmente, tolhida.
Já nem ver a tua morte me dá “tusa”.
É igual. Vezes sem conta.
Tão igual, repetitiva e tonta.
Sem sentido aparente, destinada
Apenas a repetir-se
Mostrando-se apenas calçada repisada.
Sangue. Pisoteado, calcado e recalcado.
…esquecido.
Encostado a uma suja valeta imunda,
Ficarás, a partir de agora, descansado
Sem nunca saberes quão majestosamente profunda
Foi a tua ferida.
5 comentários:
Foto tirada por mim. As palavras vieram a seguir...
Se a morte é o que dá sentido à vida, então, o que é que dá sentido à morte?
"Se a morte é o que dá sentido à vida, então, o que é que dá sentido à morte?"
Não sentir medo de viver
Penso que então seria algo mais como "não ter medo de morrer". Mas isso também não responderia a essa questão... deixei essa frase no ar mais como objecto de reflexão do que como pergunta, pois penso que é mais uma daquelas coisas que nunca saberemos (visto que apesar de a "vida", a "morte" e o "sentido" serem factos, a criação dos seus conceito é de origem humana e por isso limitada)
mas concordo com o não ter medo de viver Ângelo =)
oh mano este poema está tao lindo , que nem tenho palavras para o descrever :')
ass: quica
....e para todos os que de alguma forma temem pelo bem-estar da Kira (a minha gata): não, não é ela na foto (felizmente!).
Tal como diz o titulo: "àquele gato à beira da estrada..."
=)
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