(...)

"Mas eu não quero ir ter com os loucos", observou Alice.
"Não tens alternativa". Retorquiu o Gato.
"Nós aqui somos todos loucos. Eu sou louco, tu és louca".
"Como é que sabes que eu sou louca?" perguntou Alice.
"Deves ser", disse o Gato, "ou não terias vindo até aqui".

20100727

sem-título8




















Palavras fracas e reles
Porque não m'ajudais em nada?
Sois como flácidas e ocas peles
Nada dizeis, mas marcais qual chaga,
Cavais fundo minh’alma
Qual penosa e ferrugenta enxada:

“Mortiço prazer, refúgio putrefacto
RevestidoDePoeiraCoaguladaP'laAmargaProvação
Deste Arauto do Apocalipse; que de resto
Goteja sôfrego num delírio de atracção
Pela púbis divina,
Imersa em urina,
Ganidos e uma re-cor-da-ção.”

Rasgai-vos agora de minha cabeça cheia
Para que vos expulse minha vil língua insana.

4 comentários:

Аманда Сальваторе aka Tiago Pimentel disse...

ora viva doutor antonio!! como andas tu? estive a ver aqui umas coisas novas tuas e vejo palavras bonitas bonitas! Ora como critico teu, debrucei-me sobre esta tua manifestação e reformulei, de um modo pessoal, como ja sabes, a metrica, dando-lhe uma construção musical ligeiramente diferente. Tu sabes como gosto de poesia melódica, e em vez de criar a minha propria poesia, adoro usar a tua, que permite coisas do caraças!!

vê la isto, entao:

Palavras fracas, reles
Porque não m'ajudais em nada?
Sois flácidas e ocas peles
Caladas, marcais qual chaga,
Cavais fundo em minha alma
Qual penosa...
ferrugenta enxada.


um abraço, desculpa la estar a usar as tuas coisas, nao resisto!!! :)

Unknown disse...

tan-taaraann!! rapaaaaaz-manual!!!

como estás pah? bons olhos te leiam!
fico contente por teres dado aqui um pulinho virtual...
já nao deixava ca nada fazia tempo ( tambem nao tenho andado a escrever muito e a maior parte nao me apetecer por cá... :/ ) de resto é sempre bom ouvir/ler de ti... e como sabes agradeço sempre e aprecio qualquer que seja a observaçao (vou mesmo usar aquele apostrofe pah ;D) e como é claro tu tens todo o à vontade para usar as minhas coisas :)
quem sabe um dia mais um trabalho conjunto, mas um mais serio...hein?
;)
entao e olha lá.. e uma ilustração aqui para este poema (ou outro qualquer)? pus ca esta imagem velha mesmo porque nao tinha mais nenhuma, mas nao gosto...

tenho de dar um salto no teu, para ver se por la tens novas coisas... nao tenho podido vir a net muitas vezes :/ entao é apenas ver mails e pronto...

diz quando vieres a "Tanta Terrinha" (anda esta merda toda a arder...)

Manel! Um Abraço!

Menina Marota disse...

Concordo com o amanda salvatore...
quem me dera ter assim um "guia" para me guiar nos caminhos da métrica que... detesto!

Por isso os poetas são... poetas... não ligam nada a esses "pormenores"...

(um dia quando publicar um livro vou solicitar ao amanda que me guie... " :-))))))

Unknown disse...

pois... lá está! decerto não serei apenas eu, mas quando escrevo, não estou a pensar se aquela é a métrica mais adequada ou se a rima é "x-l-w"... (aliás, não devo estar a pensar sequer :S) quando escrevo limito-me a expulsar de mim, da forma mais violenta, apaixonada, doce, enraivecida, enojada, crua e querida que me é possivel o que por dentro me apoquenta (ou conforta - mas isso é mais raro:P)
lembro-me de detestar uma professora de português por causa disso mesmo... racionalizava tudo nas analises ás poesias que estudavamos. a poesia não é pensada, é sentida... e quem a escreve, por certo não o faz para que seja "analisadas", mas sim lidas/sentidas!

quanto ao Manel(amanda) é um grande amigo e um dos melhores críticos que poderia ter porque não se coíbe de dizer o que pensa só porque somos amigos. aproveita e vê o blog dele que vale a pena!

beijo e obrigado pela visita!