(...)

"Mas eu não quero ir ter com os loucos", observou Alice.
"Não tens alternativa". Retorquiu o Gato.
"Nós aqui somos todos loucos. Eu sou louco, tu és louca".
"Como é que sabes que eu sou louca?" perguntou Alice.
"Deves ser", disse o Gato, "ou não terias vindo até aqui".

20080905

Nunca



Quando morrer
 
Deambularei num sonho acordado,
Alimentando-me de teu fugaz sorrir.
Esperarei não mais despertar
Ainda que adormecer seja tormento,
Ainda que simulado seja o sentir.
 
Quando morrer
Morri dentro de ti.
 
Morri nas desculpas aborrecidas,
E nas noites de aproximações desaparecidas,
Impregnei de negras culpas,
Este ar que não mais respiras.
O que foste, o que és?
Da minha vez que nunca acudiu
Uma promessa quebrada,
De um doce apelo temperada,
Despojaste de sentido aquela utópica realidade.
 
Quando morrer
Morrerei dentro de ti.
 
Desilude-me a cor dos olhos, peço-te
Uma vez mais...
Adormece-me…
Permite-me divagar naqueles desbotados lençóis
Que tingiste com esse aroma sem cheiro
E abandona-me uma vez mais...
E mais...
E mais...
e...
 
Não morri...
 
Nunca dentro de ti...

2 comentários:

Anónimo disse...

"Não morri.../Nunca dentro de ti..."


*,)

Angelo Morgado disse...

simplesmente sublime..


não tenho forma de descrever o que acabei de ler sem parecer que estou a ser injusto para com os "autores" todo esse fogo que emana de um interior aparente mente gelido e sem vida, é fabuloso! estás em equilibrio